Qual será que foi o plano original de Deus para o homem e a mulher se eles não tivessem desobedecido e comido apenas o fruto da árvore da vida? Como seria essa Terra hoje (o Jardim do Éden, neste planeta)? Como seriam as famílias? Como seria o casamento? Neste texto vamos explorar o propósito original de Deus para a mulher. Ézer do homem.
Imagino que era parte do plano original de Deus o trabalho do homem e da mulher no jardim perfeito. Adão caiu em um sono profundo, o homem estava cansado de trabalhar sozinho.
E disse o Senhor Deus: Não é bom que o homem esteja só; far-lhe-ei uma ajudadora idônea para ele. Havendo, pois, o Senhor Deus formado da terra todo o animal do campo, e toda a ave dos céus, os trouxe a Adão, para este ver como lhes chamaria; e toda criatura que Adão chamou, isso foi o seu nome. E Adão pôs os nomes a todo o gado, e às aves dos céus, e a todo o animal do campo; mas para o homem não se achava ajudadora idônea. Então o Senhor Deus fez cair um sono pesado sobre Adão, e este adormeceu; e tomou uma das suas costelas, e cerrou a carne em seu lugar; E da costela que o Senhor Deus tomou do homem, formou uma mulher, e trouxe-a a Adão. E disse Adão: Esta é agora osso dos meus ossos, e carne da minha carne; esta será chamada mulher, porquanto do homem foi tomada. (Gênesis 2:18-23)
“Não é bom que o homem esteja só, far-lhe-ei uma ajudadora idônea.”
O imaginário das pessoas do século 21 entendem que uma pessoa criada para ajudar, com certeza é um subordinado ou inferior. Mas já que chegamos até aqui vamos dar uma olhada na etimologia dessas palavras. A raiz etimológica da palavra “Ajuda” é composta por outras duas palavras em latim ad (“perto”, junto”) e Juvare (ser útil, socorrer trazer alívio e alegria) e Idôneo remete ao sentido de algo bom útil e em perfeito estado.
Não me dando por satisfeita com essas terminologias e consultando a tradução transliterada em hebraico da Bíblia para ver qual o termo utilizado para designar a criação feminina me deparei com os seguintes termos:
“Ezer Kenêgdo”
E ao buscar as traduções e etimologias, verificando a construção dessas palavras e os significados correspondentes a elas me deparei com informações bem mais precisas a respeito do tema. Pra início de conversa o termo “Ezer” é utilizado na Bíblia outras 21 vezes. Duas delas em Gênesis, e outras num contexto militar de guerra, sabe por quê?
Porque Ezer representa alguém que você pode contar. E como é importante para nós termos alguém assim, puxa aí na sua memória, quais são os nomes das pessoas que te vem a mente que são da sua extrema confiança, pessoas que você pode contar independente da situação.
É interessante refletir sobre isso, porque Adão tinha supostamente tudo, não havia falta de nada, mas Deus olhou para toda a criação e não encontrou alguém a altura do homem, não havia “Ézer”, alguém com que ele pudesse contar. São atributos de ser “Ézer”: alívio, lealdade, abrigo, alento, conforto, esse é o verdadeiro sentido de Ézer. Esse termo volta a ser utilizado em (Josué 1.14 ou Crônicas 12.1-22) onde é feito uma referência aos soldados que se aliam a Israel como combatentes de Guerra, lado a lado. Pasmem ao encontrar ainda o termo “Ézer” na figura do próprio Deus, Ézer de Israel. (Veja Gênesis 49.25; 2Crônicas 32.8; Salmos 10.14; Isaías 41.10-14.).
Mas e o termo Kenêgdo?
Essa palavra se divide em três partes e todas elas possuem um significado, o prefixo dela “Ke” significa “como” no sentido de a mulher ser criada semelhante ao homem, uma mulher que correspondesse ao homem, à sua altura, do mesmo nível que ele.
“Neged” por sua vez significa frente a frente, diante dele, algo que poderíamos entender como um contato face a face em oposição, mas não como uma adversária, pelo contrário. Alguém que abarca em si todas as características e atributos que ele não possui. Cuja aliança só os beneficiariam, pelo caráter unitivo formando um todo completo por ambos os lados.
“O” significa: ele, dele. Então traduzindo as três partes da palavra ficariam algo assim: como, em frente a ele ou dele. A mulher que teria sido retirada da sua (pleura) de um pedaço do seu próprio corpo, do seu lado, estaria ali, face a face, em pé de igualdade feita à sua altura, “alguém com quem contar” e mais, agraciada com atributos que ele não tinha, desse modo juntos poderiam conquistar bem mais do que sozinhos.
Somos seres sociáveis, logo, para evoluirmos emocionalmente, intelectualmente e materialmente precisamos do outro. Mas, os simbolismos não acabam e quando Adão acorda e ele vê a mulher, ele não questiona Deus nem por um momento a respeito do lugar de onde ela teria sido retirada, pelo contrário é como se ele reconhecesse nela, seu próprio reflexo, algo de si, uma parte sua agora fora do seu corpo, e soubesse que por ela deveria ser capaz de tudo inclusive de morrer para protegê-la. Assim como Cristo pela Igreja.
A mulher é retirada do homem, e simbolicamente podemos perceber que ela de fato é capaz de fazê-lo sair de si, e olhar pra fora para todas as coisas que sozinho ele não olharia, porque nela contém justamente isso um olhar atento para os detalhes.
E esse processo de sair da esfera do “eu” e olhar para o próximo também acontece para mulher ao ter filhos, então de alguma maneira os filhos são o Ézer da mulher, pois em alguma medida eles à socorrem da sua própria natureza. A esse ciclo damos o nome de família. – Sistema Intensivo de Aperfeiçoamento Humano.
Enquanto o homem cuida de uma parte, Eva cuida da outra parte. Formando assim pela força da união de ambos um todo completo. Agora se a mulher ao invés de cuidar da parte que lhe foi entregue, cismar em cuidar daquilo que o homem faz, apenas para provar que pode fazer igual ou até melhor, qual o resultado que temos?
Os resultados familiares do século 21.
As mulheres não cristãs têm dificuldades em conceber a ideia de Ezer Kenêgdo, na verdade as mulheres feministas atravessam uma ausência quase que total de referências, podendo dizer que são um gênero ameaçado de extinção, porque se todas as mulheres quiserem ser como os homens e tentar provar superioridade a eles, o que são essencialmente vai se esvaindo, a presença do feminino deixa de ser vista no mundo, predominando a presença do masculino. Divorciando assim da própria natureza, de algo característico às mulheres essencialmente e acreditando piamente que ao buscar o externo e negligenciando o interior, podem ser felizes. Imagine se a água quisesse ser o fogo e este por sua vez quisesse ser terra, são elementos com atributos diferentes não superiores nem inferiores, quando comparados, e inquestionavelmente essenciais a vida humana. A felicidade é experimentada nas profundezas de nossas essências e o êxtase, na união das essências, masculino com feminino.
A Bíblia fala que a mulher foi retirada da costela de Adão, pesquisando a fundo a respeito deste termo “costela”, encontrei o termo “Tselá” em hebraico e “Pleurá” em grego que significa precisamente -lado, flanco, pedaço e também costela. O termo tem alguns significados que se concluem a partir do contexto e ocorre outras 40 vezes na Bíblia hebraica e é comumente utilizado para fazer referência ao lado de alguma coisa, seja edifício ou determinado altar.
Ou seja, não é um equívoco a tradução da palavra “Tselá” como costela, mas compromete em parte o significado pois o torna raso, portanto incompleto. Uma coisa é dizer a mulher foi retirada da costela e outra é dizer a mulher foi retirada de um dos seus lados. A costela é um osso, no entanto, quando eu digo que ela foi retirada de um lado significa mais, amplia a compreensão de que um lado do homem foi retirado para que a mulher fosse criada.
A mulher foi retirada da “pleura” de Adão, do seu material genético, uma porção que ele tinha dentro de si. Sendo retirada do seu lado. Simbolicamente, fazendo-nos refletir que ninguém é completo sozinho, ninguém é tudo sozinho, carregamos em nós apenas uma parte e daí a importância dos relacionamentos para o desenvolvimento humano.
Outro ponto interessante é que esse mesmo termo “pleurá” é utilizado quando Cristo é ferido em sua lateral com uma lança, após a sua crucificação episódio descrito em (João 19:34). Estudiosos dizem que este é um símbolo que remete a história da criação; da abertura feita pelo soldado saem água e sangue, símbolos do batismo e da Santa Ceia e consequentemente da remissão dos pecados humanos, onde a igreja passa a ser a noiva de Cristo. Eva nasce da “Pleurá” de Adão e a Igreja nasce por meio da crucificação, no batismo e na comunhão da Santa Ceia, da “Pleurá” de Cristo.
Voltando ao início, a primeira vez que uma maldição foi mencionada na Bíblia foi quando Adão e Eva provaram do fruto da árvore do conhecimento do bem e do mal que Deus havia ordenado que não comessem.
A primeira a ser amaldiçoada foi a serpente por ter induzido Eva a desobedecer, depois Eva por ter se deixado induzir, Adão por ter dado ouvidos a Eva, e por último e como consequência, a terra.
Sendo assim, fica evidente que a origem da maldição está na desobediência a Deus. E quando obedecemos, ficamos livres da maldição e do pecado. Quando praticamos e vivemos como Cristo nos ensinou, somos abençoados em vez de amaldiçoados.
A mulher que está disposta a obedecer deve reconhecer a importância da submissão com reverência e respeito ao homem. Como também a necessidade de consultá-lo na tomada de decisões. A mulher desacompanhada está sujeita à cair em tentações e tomar decisões que desobedecem a Deus. A Bíblia ensina que onde há muitos conselhos, há êxito. “Sem conselhos os planos fracassam, mas com muitos conselheiros há sucesso. Saber dar uma resposta é uma alegria; como é boa a palavra certa na hora certa! Provérbios 15 22-23. Quanto mais ouvir o conselho do homem que ama sua mulher. Além de não ser bom que o homem fique só. O homem sozinho também pode cair em tentações e tomar decisões que desobedecem a Deus. Quando homem e mulher juntos procuram obedecer a Deus e cuidar do jardim que lhes foi confiado, trabalhando juntos, podem cumprir abençoados os propósitos de Deus para o trabalho deles. O Amor na experiência mais profunda, 2 são 1 mais forte juntos. Uma só carne. E se o plano original de Deus para o homem e a mulher em harmonia perfeita era 1 mente, 1 coração, 1 alma resultante da junção do masculino com o feminino? Mistério entre Cristo e a Igreja. Cristo como Deus é a harmonia perfeita entre as forças masculina e feminina, como Deus ele contem o todo. Os homens e mulheres precisam um dos outros. O trabalho com propósito divino ocorre em perfeita harmonia quando um homem e uma mulher trabalham juntos com uma necessidade mútua das habilidades e forças de trabalho de cada um, que se complementam e completam. Por exemplo: A mulher depende do homem para a execução de suas ideias. Ela pode até tentar executá-las sozinha, mas limitada em suas ações. Os homens são mais objetivos e organizados no planejamento do que as mulheres, mais práticos e menos emocionais. O homem pode ter um bloqueio criativo e falta de inspiração não conseguindo chegar na execução por não conseguir elaborar o projeto sem a intuição feminina com uma visão ampla do projeto com detalhes. O homem tem um foco direcionado de atenção e pode ficar preso a uma situação até encontrar a solução. A mulher consegue ver vários problemas ao mesmo tempo sem se prender emocionalmente a necessidade de solução imediata. Deus pode limitá-los quanto ao tentar fazer a parte do outro, sozinhos. E se Deus criou o homem e a mulher para serem dependentes um do outro? E se a mulher for o receptáculo das inspirações e o homem aquele que as executa? Aquele que dá vida às ideias da mulher. Como mencionado, não que não possam ter ideias e executá-las sozinhos, mas limitados. Qual será o potencial de um CEO com sua esposa como COO, ao seu lado, sua Ézer? Onde o homem é o chefe executivo, responsável pelo planejamento e execução dos projetos com um foco de atenção concentrada em uma área por vez enquanto a esposa, a chefe de operações, responsável pelas principais ideias estratégicas e coordenando a operação da empresa, com uma visão ampla e detalhista, seleciona, no tempo programado, do amplo para o específico, para o homem aquilo que carece de decisão, solução ou execução. Onde os dois, tendo a melhor intenção, contando um com o outro, em suas aspirações, trabalham juntos, em uma harmonia perfeita entre o melhor do masculino com o melhor do feminino, complementando um ao outro com uma força de trabalho completa. Considerando uma situação onde marido e mulher podem estar sempre juntos, onde a vida dos dois acontece de tal forma que o trabalho deles que sustenta a família é gerenciado para que seja um fardo leve e jugo suave, com uma presença constante na vida um do outro e dos filhos, eles podem organizar a agenda da família, para que a família trabalhe junta com a organização e planejamento de uma empresa e com os laços de amor presentes no ambiente familiar. As famílias cristãs conservadoras que praticam a educação domiciliar podem viver essa realidade no campo, cuidando de um jardim onde plantam o que será o seu alimento em uma vila autossustentável, onde marido e mulher trabalham para cuidar da comunidade, das pessoas e do meio, e de tudo que isso envolve, como um protótipo da árvore da vida, o céu na terra.
Exemplos de Ézer, uma colaboradora que lhe corresponde:
Se o homem é o CEO, a mulher é a COO.
Se o homem é o piloto, a mulher é a copiloto.
Se o homem é a casa construída, a mulher é o interior.
Se o homem cuida mais do externo, a mulher cuida mais do interno.
Se o homem age mais (ação, execução), a mulher recebe mais (inspiração).
Se o homem guia, a mulher lhe acompanha.
Podemos sendo homem ou mulher ter atitudes e características que são predominantes do masculino e do feminino, mas a harmonia, está no respeito à nossa essência e sermos genuinamente aquilo que nos é natural, como Deus nos criou e predestinou. Deus predestinou a mulher para ser Ézer do homem, uma colaboradora que lhe corresponde, idônea, sua ajudante, sua auxiliadora, seu complemento.
Fontes consultadas:
Bíblia Sagrada: Genesis
Donzela Cristã (donzelacrista.wordpress.com)
https://www.universal.org/noticias/post/qual-a-origem-da-maldicao/
