Despertar o Herói e a Bela Adormecidos

Muitas pessoas, mais especificamente as meninas, cresceram ouvindo a história da Bela Adormecida. Essa princesa, que ao nascer na sua primeira festa de aniversário, seus pais esqueceram-se de uma convidada. Esta, muito contrariada com a desfeita, amaldiçoou a princesa que até seu 16° aniversário espetaria seu dedo em uma agulha de fiar entrando num estado de sono profundo. Isso não significava a sua morte, apenas uma condição de apatia, de letargia diante da vida. E a única coisa capaz de despertá-la desse sono intenso seria um beijo de amor verdadeiro.

Existe uma simbologia nesta história que gostaria de dividir com vocês. Há um período na vida em que nós passamos, o qual denominei de “a fase do Herói Adormecido ou da Bela Adormecida”. Não é uma regra, mas comecei a observar que é justamente na fase entre 16 a 25 anos. E não estou fazendo referência à doença de Kleine-Levin, mas sim denominando um período específico da vida de um indivíduo, onde ele possui consciência do “certo ou errado” do “bem e do mal”, porém parece que na maioria do tempo é como se estivesse num estado letárgico, de torpor diante da vida. Talvez para os rapazes a experiência correspondente à da bela adormecida seja do herói adormecido.

É bem nessa fase, onde o jovem ou a jovem adormecidos caiem num sono profundo que nós podemos perceber, de modo simbólico, a correspondência com muitos de nós por essa fase de estar em determinados lugares na vida, mas não enxergando exatamente a situação real, a condição verdadeira que nos rodeia, é justamente nessa fase que muitas pessoas se envolvem em muitos problemas e tem dificuldades de determinar e decidir seu futuro porque é como se estivessem “dormindo” para a realidade da vida, dormindo para realidade dos fatos é como se uma série de decisões fossem sendo tomadas na superfície o as profundezas não sendo acessadas na alma. Até que milagrosamente o amor verdadeiro nos desperta e chama a consciência da vida a realidade dos fatos, nos devolvendo a capacidade de enxergar de modo mais claro tudo ao nosso redor.

Viver o amor é capaz de nos despertar e a esperança ativa nos tira do estado de letargia. Essa esperança precisa ser constantemente renovada pela fé. No tempo de espera mesmo com uma tristeza devido ao amor romântico ausente, essa fé e esperança podem fazer com que não deixemos a vida acontecer com momentos importantes serem tratados com indiferença, pessoas importantes negligenciadas e a tristeza tomar conta da alma. Não é tarefa fácil. Mas encontrar o propósito para a vida servindo a Deus faz com que nosso tempo de espera seja produtivo. A pessoa deve ser verdadeira com seu interior e seus sentimentos, o amor não correspondido e não vivenciado nos leva a introspecção e reclusão ao contrário do estado de euforia da presença do amor romântico. Mas é possível encontrar contentamento no tempo de espera. Esse tempo nos reserva aprendizados, testes que moldam nosso caráter e uma oportunidade de planejarmos nosso futuro e buscarmos descobrir nossa missão à curto e longo prazos. E quando o amor verdadeiro chega no tempo certo, nosso interior está pronto para ser revelado externamente em nossa vida, no eu interior que Deus vê nos momentos de reclusão, introspecção, solitude, então desperto para o mundo que nos rodeia, com a companhia que mais evoca amor, o romântico e enriquece todos os demais laços fraternos.

A bela adormecida desperta para a vida depois que um herói adormecido também desperta e a resgata dessa condição de apatia, de letargia diante da vida e os dois retomam a alegria, a energia e o encantamento do estado de infância.

Herói e Donzela Cristãos

Fonte consultada:

https://guiame.com.br/colunistas/andreia-pinheiro-pereira/licao-da-bela-adormecida.html

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